quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dominio, controlo - a sua influência nas dinâmicas das equipas

Ganhar é e será sempre o 1º objectivo de todo e qualquer jogo. O futebol como é óbvio não foge á regra.
Olho para todos os jogos dos quartos de final da liga dos campeões, e facilmente se percebe que no futebol actual, existem duas formas básicas de ganhar, controlar (com e sem bola) e dominar (que implica sempre ter a bola). São duas formas de abordar o jogo que parecem iguais, mas que nada tem haver uma com a outra. O Arsenal em Villareal controlou o jogo, tentou ocupar bem os espaços, não permitir grandes trocas de bolas aos Espanhóis dentro do ultimo terço do campo, não os deixar ganhar a linha de fundo, de onde poderiam servir os seus moveis avançados para finalizações á entrada da área ou mesmo dentro dela. Foi batido uma vez, num remate de longe de Marcos Senna, continuou a controlar da mesma forma, apenas procurando um pouco mais a baliza, em lançamentos para as costas da defensiva, onde Adebayor ou Theo Walcott, apareciam em velocidade. Em Londres, mesmo não tendo que marcar, os Ingleses decidiram querer dominar o jogo, jogando em velocidade,com rápidas trocas de bola, com uma pressão bastante alta, em busca constante da bola e claro por consequência do golo.

O Barcelona na primeira mão fez a junção destas duas formas de abordagem, na primeira parte, dominou o jogo, pressionando, acelerando, desequilibrando completamente os Alemães, que sem bola face ao grande domínio Barcelonista, não conseguiam controlar o domínio Espanhol. Como sabemos ao intervalo o resultado era de 4-0. No segundo tempo o Barcelona passou a controlar o jogo, com bola, no meio campo Alemão, fazendo posse de bola, gerindo a bola, o jogo e o esforço, controlo com bola. Na segunda mão foi a continuação da segunda parte do Nou Camp, com a diferença que o Bayern tentava dominar, e o Barcelona tirava-lhe esse domínio, controlando o jogo com bola, visto não ter um bloco defensivo tão sólido, que lhe permita controlar os jogos sem bola.
Alex Ferguson, não tendo Ferdinand, patrão de todo o sector defensivo, não tendo Berbatov ponta de lança que tanto aprecia, e não querendo lançar Tevez de inicio no jogo, optou por controlar o jogo com bola em vez de o tentar dominar. Jesualdo jogando 1º fora, tentou e consegui aplicar a mesma receitar de Madrid, controlar o jogo com bola, mas pondo por vezes o jogo numa toada de ataque contra ataque, visto ter jogadores que se sentem confortáveis nas duas formas de jogar, controlo e posse de bola, em busca do momento para atacar a baliza, ou baixar o bloco e jogar no espaço dado pelo adversário. Com muito mérito o Porto consegui empatar a 2 golos no Old Trafford, mas não deixou duvidas a Ferguson que estratégia deveria utilizar no Dragão na 2ª mão, já tendo Ferdinand, Berbatov e Anderson. Dominar, dominar desde o inicio o jogo foi a estratégia do United, e nos primeiros 20 minutos foi o que fizeram, amararam o Porto no seu meio campo, e tentaram criar oportunidades para colocar a eliminatória em outro patamar. Na 2ª parte decalcaram a exibição do Arsenal em Villareal, confiança no seu bloco baixo que com Ferdinand é outra segurança, controlo do jogo e da bola, abdicando do domínio.

A todas estas questões do controlo com o sem bola do jogo, fugiram os dois jogos entra Liverpool e Chelsea. Ambas foram obcecadas pelo domínio do jogo, pelo querer ter a bola para atacar a baliza, pela busca incessante de golo. O CHelsea, na 2ª mão partindo com uma vantagem de 3 golos (tinha ganho 1-3), ainda pensou na primeira parte controlar o jogo, mas vendo-se a perder 2-0 ao intervalo, e vendo a eliminatória em perigo, logo voltou a disputa da bola para, de seguida atacar a baliza.

A opção que um treinador tem que tomar, da forma de abordar o jogo, terá que sempre ter em conta vários factores, por exemplo Guardiola, entra normalmente, sempre com a intenção de dominar, sabe que o seu bloco defensivo (médios incluídos) dá garantias de segurança defensiva, e que no seu ataque tem homens capazes de desequilibra, assim sendo devem ter constantemente oportunidades para isso, assim sendo tenta colocar na dinâmica da equipa o domínio do jogo, e posteriormente quando o resultado está conseguido o controlo do jogo com bola.

Já Wenger em Espanha da dinâmica de equipa trabalhou o controlo do jogo sem bola, fruto da capacidade defensiva da equipa e da capacidade de desdobramento ofensivo dos seus médios e avançados.

Jesualdo e Ferguson, buscaram quase sempre o controlo com bola, controlar as suas dinâmicas e as do adversário com bola, só nas segundas partes o Escocês foi “obrigado a mudar”, na primeira mão por estar em desvantagens, buscou dominar o jogo, e na segunda mão por estar em vantagens buscou controlar com e sem bola. Bloco baixo quando sem bola, controlando as dinâmicas ofensivas do Porto, bloco subido quando em posse da bola, para gerir, o objecto principal do jogo, gerindo assim os ritmos do jogo.

À muito que Domínio e controlo são palavras chaves nas abordagens das equipas aos jogos.

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