terça-feira, 20 de abril de 2010

O mais dificil passo...


Às vezes quanto mais perto estamos de um objectivo, mais difíceis se tornam os últimos passos até ele. No futebol, é muito difícil conciliar nas rectas finais, resultados com boas exibições.
O Benfica está nessa fase, na fase dos últimos passos, aliás de momento esta a 1 passo, de quatro pontos em 3 jogos. Mas para isso á algum tempo que deixou a "nota artística" como lhe chamou Jesus, para vestir o fato de macaco, ou por outras palavras, deixou de parte o futebol que encheu o olho a todo o Portugal e grande parte da Europa, para jogar um futebol mais directo e objectivo, tentando manter os princípios de jogo que o trouxeram até a este pequeno passo. O que demonstrou Jesus e a sua equipa com isso? Concentração total no titulo!
A época começa a ser longa e o núcleo base começou a ser afectado por lesões e castigos e essencialmente por fadiga física e mental. Tendo perdido Saviola á alguns jogos, que é um jogador com características únicas em Portugal, procurou em Weldon uma solução mais objectiva de finalização, mantendo mobilidade, mas garantindo mais poder de choque, presença na área e finalização. Poderia Jesus ter optado, por Nuno Gomes, iria ganhar mais um jogador de posse e circulação de passe e desmarcação, mas pouca profundidade na finalização, poderia ter procurado Kardec, garantia poder de choque e finalização, perdia na mobilidade, na capacidade de movimentos de rotura entre linhas, e perdia também na adaptação ao futebol português!
Nesta fase, quando não teve Weldon, procurou na 1ª parte contra o Sporting, com Éder Luís, dar mobilidade, mas o Brasileiro, não tem a velocidade de pensamento e execução do argentino, para inventar espaços sem bola, corrigiu ao intervalo, e colocou naquela posição, alguém que não inventa espaços sem bola, mas inventa espaços com bola, Aimar, tendo e mesma capacidade de pensar e executar ao mesmo tempo. Mas assim que voltou a ter Weldon recuperado, e sabendo que nesta fase interessa é ganhar mesmo não tendo nota artística, não teve nem terá duvidas em explorar as características do brasileiro, assim como a sua frescura física e mental, devido á pouca utilização ao longo da época.

Outra questão que intriga o universo encarnado, É porque não retira Jesus, Java Garcia? Porque apesar da menor frescura do Espanhol, o seu substituto Airton chegou do Brasil em Janeiro, já com uma época nas pernas, quando foi chamado, a titular correspondeu, mas acabou sempre por sair com visíveis dificuldades físicas, e um treinador, prefere sempre arriscar em substituições ofensivas do que arriscar ter que trocar um médio mais defensivo, Javi com menor fulgor, vai cumprindo nas suas tarefas em campo, e isso chega para convencer Jorge Jesus.


O mais difícil passo, pode ser mesmo o último, onde a ansiedade de dá-lo é maior. Até aqui concentração e a focalização têm sido mantidas, e isso tem sido o garante de Jesus nesta recta final de campeonato, mesmo sem nota artística

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