quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A inadaptação do Benfica (Aimar) e do Barcelona em sair do seu estilo.

O Benfica da época 2009/10 é como se sabe uma equipa que gosta de sair de trás a jogar, pelos corredores lateiras do campo em velocidade, com trocas rápidas de bola.
O Barcelona é como se sabe uma equipa de posse e circulação, á procura do momento certo para atacar a baliza.

Aimar é um “menino” que não sabe chutar a bola para a frente e correr atrás dela, gosta de receber, tocar, tocar, desmarcar, voltar a receber, tocar, driblar, lançar com objectivo, não chutar e correr atrás.
Colocar Aimar, no campo, nas condições em que o relvado do Dom Afonso Henriques, se apresentou ontem, pareceu-me logo uma “ insensatez”. Jesus quis dar ritmo a Aimar, mas acabou por apenas e só o enervar, Aimar corria, lutava, tentava, mas era impossível, praticar o seu futebol. Enervou-se, nunca foi o organizador que tem sido nesta época, a quase acaba expulso.
Apesar das condições do relvado, Jesus achou por bem, não abdicar de início, dos principio que tem regido o futebol encarnado, e com isso deu mais de 45 minutos ao Vimaranenses, que com todo o mérito foram quase sempre mais equipa.

Ao intervalo, Jesus deu a mão a palmatória e percebeu que precisava de peso no meio campo, e de um futebol mais directo, Entraram Javi Garcia (peso) e Cardozo, altura e referencia no pontapé longo, para queimar metros na progressão no terreno enlameado de jogo. Equilibrou, sofreu um golo, podia ter sofrido o 2º, podia ter empatado mais cedo, e acabou mesmo por empatar.
Os de Lisboa demoram 60 minutos a sair do seu estilo de jogo, demoraram todo esse tempo, para se adaptarem á inadaptação de não poderem fazer o seu jogo.

Ao mesmo tempo que vejo a 2ª parte do Benfica, observo o Sevilla Barcelona, 2ª mão da Taça do Rei, que se iniciava com vantagem para os Sevilhanos por 2-1.
Início de jogo forte dos homens de Sevilha, muita pressão no meio campo do Barça e com bola, procuravam mantê-la o máximo de tempo possível, retirando assim o máximo de posse de bola ao Barcelona.
O Barcelona sem o seu DNA de jogo, posse de bola, não conseguia sequer fazer cócegas.
Em campo, mais uma vez, Jesus Navas encantava-me com as suas arrancadas, com o seu estilo esguio, atrevido, dinamitando todo o corredor direito Sevilhano, deixando Abidal com a cabeça em água.

O Barcelona, mesmo tendo que marcar dois golos para passar a eliminatória, mesmo se vendo posto em sentido pelo futebol ofensivo do Sevilha, calma e tranquilamente procurava o seu jogo, procurava melhorar a sua posse de bola.
Demoraram cerca de 60 minutos a faze-lo, mas nunca mas mesmo nunca, deram um chutam para o ar, sem nexo, nunca procuraram desesperadamente a baliza, nunca esqueceram a sua filosofia de jogo.
Após o golo de Xavi, lá continuou, a mesma paciência em busca do golo, a mesma posse e circulação, e as oportunidades de golo desperdiçadas em serie.
Mesmo no minuto 89, não caem na tentação de fazer futebol directo e colocarem a bola dentro da área do Sevilha, não estão adaptados para isso.
Palop salvou o Sevilha, e os Andaluzes eliminaram o Barça, com mérito, claro, porque é necessário mérito para o fazer.

No fim do jogo lembro-me novamente de Aimar, e de como ele teria sido muita mais feliz a jogar no relvado do Sánches Pizjuán, a jogar de bluegrena, a jogar numa equipa que tem a mesma filosofia de jogo, que o Benfica não pode ter ontem em Guimarães.
Aimar nos 45 minutos que esteve em campo nunca se adaptou, ao que tinha que ser feito sobre aquele terreno de jogo, mas certamente que em 5 minutos se adaptaria á posse e circulação de bola de Xavi, Iniesta e Messi.


Ps: No 4º minuto dos descontos de 2ª parte Pique, dá “finalmente” um chutam em busca da sorte, para a área do Sevilha, claro que dai nada resultou para o Barcelona, não esta no seu DNA.

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