quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ADN Futebolistico

Muito se fala agora de ADN ou de códigos genéticos. De uma forma simplificada ADN, É a base do ser humano enquanto ser semelhante a outro ser da sua espécie, e enquanto ser único dentro da sua espécie (não é uma definição cientifica, mas sim pessoal).

Toda a equipa tem o seu ADN colectivo, mas É o ADN individual de cada jogador, que faz esse colectivo mais ou menos forte, mais ou menos capaz de vencer

Eto'o ao longo da sua carreira sempre foi ponta de lança, homem mais avançado, que partindo da zona central, procura movimentos de rotura, nos espaços para ser servido, utilizando a sua forca a sua capacidade de explosão e velocidade. É este o seu ADN, são estas as suas características individuais, mas no seu ADN está também escrito que tem (deve) ser em movimentos a partir da zona central. Retirar-lhe desse espaço e pedir-lhe para jogar com extremo É adulterar-lhe o seu código genético.



Todos sabem qual é o código genético do Barcelona,” tik taka”, 40, 50 toques para chegar á baliza, dentro dessa filosofia de recepção, passe e desmarcação no espaço vazio, seria impossível pedir por exemplo a Iniesta para ser extremo puro, encostado a linha esperando ser servido!


O ADN de Iniesta cresceu como médio centro, como pensador de jogo, não como jogador explosivo de linha. Assim Guardiola, retirando-o do seu espaço natural, o centro do jogo, não lhe retira o seu código genético, permitindo-lhe pensar o jogo a partir da esquerda, sempre perto de Xavi, como médio interior, não como extremo!



São dois exemplos, apenas e só dois exemplos, muitos mais poderia aqui apontar. É claro que há jogadores que as suas características, ou a forma como aprenderam a entender o jogo, lhes permitem, ser felizes adaptações, chegando mesmo a ser jogadores de top, a pergunta que aqui deixo, é que jogadores seriam, se os deixassem ter continuado a sua evolução no lugar onde o seu “ADN”, é mais favorável no jogo. São aquilo que nós actualmente chamamos os polivalentes, jogadores que podem fazer com a mesma regularidade mais do que um lugar no campo, mas no seu código esta vincada, as suas melhores características para actuar em determinada posição. O máximo exemplo que posso dar é João Moutinho, jogador que pode jogar em qualquer posição do meio campo com a mesma regularidade, mas que jogador seria hoje João Moutinho, se por exemplo se tivesse especializado a jogar no vértice mais recuado do meio campo? Outro exemplo David Luiz! Teria feito a época que fez no ano passado, se andasse ainda a navegar entre central e lateral esquerdo? Fixou-se finalmente no lugar onde o seu ADN futebolístico, lhe permite expressar todas as suas potencialidades (central), e a partir dai cresceu.


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