segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Escreve-se direito por linhas tortas

Na véspera do jogo, privei durante a noite com um grupo de adeptos do Sporting, que se encontravam confiantes para o clássico de ontem.
Perante tanta confiança, disse-lhe que não ia ser um jogo igual ao da supertaça, porque o porto iria para cima do Sporting desde o primeiro minuto de jogo, ia pôr mais de lado, os equilíbrios tácticos e ia jogar um pouco mais aberto.
Jesualdo, era um homem ferido no orgulho e com uma certa pressão de ter que ganhar este jogo, escrevi aqui na véspera do jogo que era mesmo o único sobre pressão, talvez devido a isso, manteve-se fiel ao seu 4*3*3, deixou Paulo Assunção a fazer o que melhor sabe (recuperar bolas e fechar linhas de passe) e soltou Lucho e Meireles no Campo, deu profundidade com Tarik e Quaresma nas alas, só não vai ao intervalo a ganhar porque Lisandro pode jogar em cunha, mas não é a sua posição natural, faltou quem finalizasse as oportunidades criadas principalmente pelo Marroquino, já que Quaresma ia sendo bem tapado, e só apareceu numa bola parada.

Paulo Bento deve ter previsto que o Porto iria jogar desta forma, mas fiel ás suas ideias, procurou jogar da sua forma habitual, com circulação de bola, mobilidade dos homens de meio campo e ataque, transições rápidas. O que Paulo Bento não consegui prever foi o mau jogo em termos ofensivos de Izmailov e Romagnoli, assim sendo o Sporting não consegui sacudir a pressão e desgastou-se muito a defender, durante quase toda a primeira parte.

Jesualdo quis acreditar que a toada do jogo iria ser a mesma, e decidiu trocar Tarik por Postiga, ganhando presença na área. Acontece que o porto perdeu profundidade e nunca mais chegou a linha de fundo, depois da saída de Tarik. Na minha opinião não terá sido a melhor opção a de jesulado, talvez a saída de Lisandro teria sido mais benéfica, para aquilo que ele pretendia.

O Sporting entrou melhor na segunda parte, jogando um pouco mais no meio campo do Porto, e Paulo Bento terá ficado satisfeito com a substituição de Jesualdo, Postiga encaixa melhor nas características dos seus centrais, e o Porto deixou de ganhar a linha de fundo.

Até que surge o lance que marca o jogo. Para podermos avaliar melhor esta jogada, temos que nos socorrer do que diz as leis / regras em relação a este lance. Muito resumidamente é isto: o Guarda redes não pode agarrar as bola com as mãos quando existe um atraso intencional de qualquer dos seus companheiros, com qualquer parte do corpo abaixo da cintura. Na minha óptica de ver o lance, Polga faz um corte de bola, na direcção de Tonel que deixa a bola correr até ao seu guarde redes, não existindo assim um atraso intencional do jogador Sportinguista. Golo do Porto

Com este lance, acabou-se por escrever direito por linhas tortas, o Porto acabou por justificar a vitória, porque ao longo de quase todo o jogo foi melhor equipa, apesar da reacção final do Sporting em busca da igualdade.

Em minha opinião, e é claro que podem não concordar comigo, mas afinal de contas, este Blog, são as opiniões de quem escreve os textos) o melhor jogador em campo foi Paulo Assunção, essencial, como compensa, como tapa os buracos deixados pelos seus companheiros, principalmente os laterais, fulcral, para que outros possam brilhar e sejam apontados pelas criticas jornalísticas, melhores em campo.