terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Scolari, Chelsea e o vicio perdido de ganhar....




Ganhar deve ser um bom vicio! Um vicio que deve ser alimentado até á exaustão, um vicio que se deve tornar guloso. Porém é necessário tempo para se começar a ganhar.

Alex Morris Ferguson está no Manchester United á 23 anos, entrou no inicio da época de 1986 /1987 e demorou 3 anos para ganhar o seu primeiro troféu a FA CUP o seu 1º campeonato foi em 1992/93. Arsène Wenger chegou ao arsenal de Londres, em 1996/1997 e “só” no ano seguinte ganhou a Premier League.
O Escocês do United é todos sabemos um caso anormal de paciência num clube de futebol, Wenger segue o seu caminho, mas garante o seu lugar com esporádicos títulos ingleses e finais europeias.

Toda esta introdução serve para chegar á incontornável demissão de Luiz Felipe
Scolari do cargo de treinador do Chelsea. Quando foi nomeado no verão passado, logo se apostou quanto tempo estaria o brasileiro nesse posto, e se seria ou não a aposta adequada para o lugar. Sete meses depois Scolari caiu.
Por um lado terá pago pelo seu conservadorismo, numa liga como a Inglesa onde o publico paga para ver espectáculo e golos, por outro lado terá pago o preço do atípico sucesso desportivo de José Mourinho, quantos treinadores poderão se gabar de ganhar a liga logo no 1º ano? E de serem bi-campeões! Poucos certamente, Mourinho criou o vicio ganhador aos adeptos e gestores dos “Blues”, ganhar quase sempre e andar no 1º lugar. Foi o seu próprio sucesso que o fez cair no seu 3º ano. Voltar a “normalidade” dos últimos 50 anos, de ganhar ás vezes e andar atrás dos outros é “vergonhoso” para quem até á pouco tempo cantou tantas vezes vitória. Era impossível terem a mesma paciência para esperarem como tiveram á 20 anos atrás os dirigentes do Manchester com Ferguson. Se não a tiveram com quem lhes incutiu o “vicio” ganhador, porque haveriam de ter com Scolari. Em minha opinião, o Chelsea vai voltar a cair, vai voltar a ser um cemitério de treinadores, Avram Grant e Luiz Felipe Scolari foram só as primeiras vitimas. Fala-se por exemplo de Guss Hiddink (sou apreciador do futebol jogado pelas suas equipas e selecções) para o cargo (é oficial que há negociações), terá o conceituado treinador, tempo para tentar recuperar o Chelsea enquanto clube rotineiramente ganhador?

Ps: Tal como Cristiano Ronaldo aprendeu recentemente, não basta ter um Ferrari, é preciso ter mãos para o conduzir, Scolari habituado a Audi e BMW, não teve mãos para o Ferrari Chelsea, até porque treinar um clube não é o mesmo que treinar uma selecção.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cemitério de Treinadores? Taí, Guus Hiddink campeão da FA e idolatrado por nós(Blues)! Mas como havias dito: Não basta ter uma Ferrari, tem que saber conduzí-la. Esta foi a diferença de Guus para Luís Felipe. Agora cae ao caro Ancelotti conduzir essa máquina de vitórias chamad a Chelsea.