quinta-feira, 29 de março de 2007

4-4-2 (losango) vs 4-3-3

O Benfica – Porto do próximo Domingo, tal como foi o Porto – Sporting, são dois exemplos do que é um jogo de futebol, quando as duas equipas não jogam com esquemas tácticos iguais.
Vou aqui falar do que em minha opinião são as virtudes e defeitos destes dois esquemas tácticos que á partida serão os utilizados no clássico de domingo.

(4*4*2 losango) É um esquema de jogo que privilegia a posse e circulação de bola, com o oscilar constante dos médios que jogam nos vértices laterais, conforme têm ou não bola em ataque, este sistema quando utilizado com futebol directo perde muita eficácia, se os médios não forem rápidos a subir em auxilio aos avançados.
Tal como em todos os esquemas tácticos é importante que todos os blocos da equipa joguem juntos, quer a atacar, quer a defender. Criar desequilíbrios nas defesas adversárias, é um dos meios mais desejados para chegar ao objectivo golo, assim neste esquema há duas formas de tentar faze-lo, pelos flancos, com as subidas dos laterais á vez, que aproveitam o espaço concedido pelos médios interiores do losango, e com um ligeiro descair de 1 dos avançados, para tentar aproveitar o espaço dado pelo lateral contrario nas suas costas, arrastando assim consigo a marcação do defesa central, desprotegendo o eixo central defensivo.
Contudo com laterais pouco móveis ou pouco rotinados a atacar, é usual optar por tabelas pela zona central, ou seja, como os laterais dão pouco profundidade, e os médios interiores muitas vezes não conseguem ter características de alas, tenta-se através de tabelas rápidas entre os médios e os pontas de lança, desequilibrar a defesa. Esta segunda vertente tem a desvantagem de exigir que 3 dos 4 médios do losango (vértice avançado e os 2 interiores) sejam muito evoluídos tecnicamente .
Seja num ataque mais pelas alas, seja em trocas rápidas pelo meio, a acção dos avançados é muito importante, pelos seus deslocamentos.
É um sistema que exige muitas rotinas, por isso tem que ser muito e antecipadamente trabalhado, para a equipa não falhar as transições defensivas e ofensivas.

O Benfica preferencialmente joga com este sistema, optando por dar profundidade com a subida dos laterais ou com o descair de um dos avançados nas alas, partindo dai em busca de posições de finalização, em termos defensivos, quando em vantagem ou jogando fora da luz, opta por uma defesa em zona média baixa, para que sempre que possivel possa lançar os rápidos Miccoli e Simão. Fernando Santos teve muitos problemas até a equipa conseguir adquire as rotinas e entrosamento para jogar neste sistema, terá sido a principal causa da perda de alguns pontos no inicio do campeonato.






(4*3*3) É um sistema que depende basicamente de 2 factores. O 1º é o desenho do 3 de meio campo, se o triangulo é composto com duplo pivot defensivo (ex makelele / Viera na selecção Francesa), ou por duplo pivot ofensivo (ex Deco / Iniesta no Barcelona). O outro factor é comum a todos e quaisquer sistemas que se escolha, as características individuais de cada jogador.
Este sistema deve conter extremos rápidos e / ou tecnicistas que sozinhos ou com o apoio dos laterais, consigam desequilibrar uma defesa para depois cruzar para alimentar o ponta de lança que normalmente joga na área. É muito importante que os homens das alas cruzem bem.
É um sistema muito mais flexível e desdobrável que o 4*4*2 losango, rapidamente se modifica em 4*2*3*1 ou 4*1*4*1e é facilmente aplicável l a ataque continuo ou contra – ataque.
Quando a opção recai sobre um duplo pivot defensivo é importante que um desses médios consiga ser um médio que jogue de área a área, para a equipa não ficar curta a atacar, e não perder capacidade de recuperação das segundas bolas..
Normalmente as equipas que preferem ou tentam jogar em ataque continuado com este sistema tentam fazer uma pressão alta, tentando recuperar a bola o mais a frente possível, as equipas cuja opção é pelo contra – ataque, tentam defender numa zona média baixa, partido dai para os contra – ataques.

O F.C.Porto é por excelência uma equipa de ataque continuado, por isso, tenta recuperar a bola o mais a frente possível, assentando o seu 4*3*3 num duplo pivot defensivo, mas em que Raul Meireles solta-se claramente quando a equipa tem bola, jogando ao lado de Lucho (o vértice ofensivo do triangulo de meio campo), sendo o tal médio que consegue jogar de área a área, aparecendo para aplicar a meia distancia, com o qual o Porto tem “vacinado” alguns dos seus adversários. Na direita Bosingwa é o lateral mais ofensivo, até por que Lisandro descai para outros terrenos em auxilio do ponta de lança, já do lado contrario devido á presença de Ricardo Quaresma, o lateral que jogue não têm tanta liberdade para subir.







Os sistemas acabam por ser apenas pontos de partida para não reinar a anarquia dentro de uma equipa, para manter uma determinada ordem de movimentação, para uma distribuição dos jogadores. Porque depois quando o árbitro apita, por mais perfeito ou estudado que esteja um sistema táctico, são os jogadores que se encarregam de os interpretar e dar-lhe as suas caracteristicas