Brasil é terra de craques, de jogadores de nível mundial, de avançados que fabricam golos, de maestros de orquestras, de defesas sólidos, Brasil também é claro a terra de calor, samba, Carnaval, e respira futebol.
Existem jogadores que pelos quais não damos pela sua presença dentro do campo, jogadores que parecem zangados com os companheiros, com o mundo, que parece que os 30 ou 40 mil que estão ali no estádio, simplesmente não estão.
Existem esses jogadores e existe Romário de Sousa Farias, apenas Romário para o futebol mundial. Como bom carioca gosta de tudo o que falei em cima, Samba, Carnaval, praia, agua de coco, em suma boa vida, e dentro do campo, maior parte das vezes simplesmente andava por aquele rectângulo mágico durante 87/88 minutos, como se não fosse nada com ele, correndo apenas e só o indispensável e pela certa. Mas quando aparecia no jogo, quando tocava na única coisa que lhe despertava a atenção para o jogo (a bola) Romário deixava de estar alheado de tudo, deixava de estar zangado com todos, e ele próprio fazia a alegria de todos.
Falo no passado porque recordo o Romário que jogou no futebol europeu durante anos, no PSV e Barcelona, o Romário que foi campeão do mundo, não o de hoje, já com 41 anos e que persegue apenas e só um objectivo pessoal, uma meta que ele próprio deve ter imposto para deixar o futebol em paz, um objectivo que o levou aos países mais estranhos para se jogar futebol.
O Brasil todo mergulhou nesse objectivo, e nestes dias, não se fala em outra coisa, que o “Baixinho”, fazer o golo 1000 da sua carreira, e não se fala de outra coisa que é saber se os números são ou não verdade e se de facto ele têm quase mil, (por esta altura, e pelas contas dele faltam-lhe 2).
De Romário vimos fazer coisas lindas, JOGADAS DE SONHO, conseguia fazer com meio metro de terreno o que os outros não faziem com mais espaço, fazia da grande área a sua casa, e quando a bola chegava a si, tomava quase sempre o caminho da felicidade, leia-se golo.
Apesar de ser um jogador desligado do jogo, talvez pelas noitadas antes dos jogos, que ele afirmava serem indispensáveis para o seu bom rendimento, porque não gostava de dormir muito antes dos jogos, era um jogador fino, tinha classe até no andar, forte no um para um, e antecipava-se aos defesas para marcar de cabeça, actualmente penso que não há nenhum avançado, como ele no futebol mundial, quem o viu jogar, nunca o vai esquecer.
No Barcelona, o do Dream Team de Cruyff, era o homem que assinava os quadros que a equipa pintava, e deu-se o luxo de fazer um acordo com o treinador, para poder sair á noite nas vésperas dos jogos, se ele marcasse e a equipa ganhasse, Romário tinha mais um dia de folga, esta é apenas uma das 1001 histórias, das 1001 noites que existem sobre ele.
Certamente vai chegar ao golo 1000, mas vai ser mais recordado pelas maldades que fez aos defesas e guarda redes pelo mundo inteiro, vai ser muito mais recordado pelas muitas JOGADAS DE SONHO que fez.
quinta-feira, 22 de março de 2007
Golo mil….do homem das 1001 noites
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário