domingo, 25 de março de 2007

França e o reviver de um pesadelo recente


No futebol actual, são cada vez menos a equipas ou selecções que jogam com o típico nº 10, aqueles jogadores que jogam normalmente nas costas dos avançados, e á frente dos médios defensivos. Existe cada vez mais, um transformar do 10 em 8 e meio.
Desde que me lembro de ver a selecção Francesa jogar, sempre ou quase sempre, a vi jogar com esse típico dez, primeiro Platini e alguns anos depois surgiu Zinedine Zidane.
Ontem assisti ao jogo da França na Lituânia, e vejo a França jogar desfalcada é certo, sem nomes com Henry, Viera e Ribery, mas essencialmente sem um jogador típico dez, já que era das poucas selecções que ainda jogavam com um jogador típico dessas características, a par da Argentina, o próprio Brasil, no ultimo mundial, fazia Ronaldinho e Kaka jogar por outras posições.
A França actualmente volta a reviver o que viveu no período que Zidane fez folga da selecção, ou seja anda á procura de uma nova identidade, anda á procura do caminho a seguir agora que se vê privada do seu carismático jogador. Ver a França no sábado passado foi ver uma equipa, muito musculada, sem ideias, previsível.
O seu controverso seleccionador Raymond Domenech, mantêm a equipa a jogar em 4*3*3 mas não tendo um jogador com o virtuosismo do retirado Zizou, opta por jogar com um meio campo onde habitualmente alinham Viera (não jogou sábado) Makelele, e Diarra, na falta do capitão jogou com Toulalan, médio do Lyon. Este meio campo dá um poder de recuperação de bola á equipa muito grande, pois são todos grandes recuperadores e transportadores de jogo, mas quando chega a hora de atacar torna a equipa lenta, musculada e muito dependente do que em termos individuais os seus avançados possam fazer, e como os seus laterais Abidal e Sagnol dão pouca profundidade as faixas laterais, a equipa fica muito dependente da capacidade de explosão dos seus extremos e avançados, Malouda, Ribery, Govou, Anelka e o lesionado Henry, não esquecendo que Domenech pôs David Trezeguet na prateleira apenas e só porque joga na série b italiana na Juventus.
O futebol da selecção Francesa está numa fase de se questionar que caminho seguir pós Zidane, que estratégia é a melhor, que esquema táctico, que mudar, que manter.
O tempo urge, e 2008 está quase ai, se querem pensar em ser candidatos a recuperar o titulo de melhores da Europa, terão que atravessar esta fase muito rapidamente, e se em jogos com selecções como a Lituânia, com maior ou menor esforço as coisas compõem-se, no Europeu vão ter que mostrar mais do que tem mostrado.
Todos sabemos que Zidane foi um jogador de sonho, jogador de JOGADAS DE SONHO, e a sua retirada mergulhou a sua selecção num enorme pesadelo.