segunda-feira, 19 de novembro de 2007

“Rossonero” para “Azzurro”.


Carlo Ancelotti e Roberto Donadoni partilharam durante anos o balneário sagrado de San Siro como colegas de equipa, hoje um é treinador do Milan outro seleccionador Italiano, o que um trabalha diariamente no clube, outro tenta passar na sua selecção. Mas neste jogo houve diferenças, e muitas, apenas e só por causa de três nomes.

Ver a selecção italiana jogar nos dias de hoje, é quase como ver desenhado, o esquema táctico que Ancelotti mais utiliza nos “Rossoneros”, o 4*2*3*1, se na defesa não há grande importância em relação aos nomes que actuam, é a partir do meio campo que se começam a notar as maiores semelhanças, que em contra-senso fazem também sobre sair as diferenças.
Se existem 3 nomes comuns a estas equipas, Pirlo e Ambrosini no duplo pivot defensivo, e Gatuso que no Milan joga mais na descaído para a direita, nessa linha de 3 homens mais adiantados ao duplo pivot defensivo, e na selecção jogou numa posição mais central, é precisamente nos restantes dois nomes que compõe os meios campos que residem as diferenças.
No Milan jogam dois nomes incontornáveis do futebol mundial, o Brasileiro Kaká, pelos dias de hoje o melhor e mais completo jogador da actualidade e Seedorf, experiente médio Holandês, vencedor por natureza, e que junta e equilibra a técnica do brasileiro, com a generosidade de Gatuso. È portanto um meio campo muito equilibrado quer em termos técnicos quer em termos físicos.
Donadoni, não podendo contar com Totti contra a selecção Escocesa, preparou a sua equipa para a guerra, e entregou esse lugar a Gatuso, mesmo sabendo que Gatuso nunca mas nunca poderia ser um Totti, e aparecer em frequente apoio a um avançado, de seu nome Lucatoni, lançando nas alas dois maratonistas habituados a fazer os corredores Di Natale pela esquerda e Camoranesi pela direita. Não tendo os tecnicistas que compõe o meio campo do Milan, apostou na capacidade de trabalho destes dois alas para apoio ao seu avançado, servido sempre ou quase sempre em lançamentos em profundidade para os espaços vazios, onde Lucatoni podia fazer uso da sua força e velocidade, ora segurando a bola e esperando o apoio de Di Natale e Camoranesi, ora em cavalgadas solitárias para a baliza Escocesa. Na primeira parte resultou na perfeição, e a Itália poderia ter resolvido o jogo nesse período, pecando o 0-1 por escasso. Ironia do destino, acabou por vencer no último minuto por 1-2, num lance de bola parada. O outro nome que torna diferente estas duas equipas, é como já devem ter percebido é Lucatoni, poderoso avançado do Bayer de Munique, se habitualmente o Milan joga com Gilardino ou Inzaghi na frente, dois avançados habituados a jogar com frequente apoio do médios, para poderem tabelar e jogando no limite do fora de jogo para aparecerem de frente para a baliza, “Toni” sente-se como peixe na água a jogar sozinho na frente quase sem apoio, pela sua presença física 1,94 e 89kg de peso, quer para velocidade e facilidade de drible. Trabalha como um médio para ganhar a bola, finaliza como os melhores pontas de lança, não precisa de muitas oportunidades para vacinar os adversários, que o diga a Escócia que aos 30 segundos já via "Toni" festejar o seu golo da ordem.

Camoranesi, Di Natale e Lucatoni, 3 nomes que fazem alterar um esquema táctico, tornando a sua dinâmica tão diferente como o “Rossonero” e o “Azzurro”.

Ps: vejam a facilidade com que Riquelme transforma os livres directos em penaltys. Para quem não joga regularmente, não é bom, é excelente.

Portugal, mau demais para ser verdade. As ausências não justificam tudo. Para vencer a Finlândia é preciso mais, muito mais. Atenção á navegação, que o mar está bravo.